CICLO
História Permanente do Cinema Português


A escolha de maio recai mais uma vez sobre obras que foram objeto de trabalhos recentes do nosso laboratório, ainda não divulgados: o filme realizado por Manuel Luis Vieira em 1926 na Madeira, pela primeira vez restaurado com a reprodução das tintagens nos troços originalmente coloridos, e a obra de Artur Ramos, feita na transição para o Cinema Novo, a exibir em cópia nova.

 
05/05/2016, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo História Permanente do Cinema Português

A Calúnia
de Manuel Luis Vieira
Portugal, 1926 - 100 min / mudo | M/12
 
12/05/2016, 18h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo História Permanente do Cinema Português

Pássaros de Asas Cortadas
de Artur Ramos
Portugal, 1963 - 91 min | M/12
05/05/2016, 18h30 | Sala Luís de Pina
História Permanente do Cinema Português
A Calúnia
de Manuel Luis Vieira
com Nadine Menut, Arnaldo Coimbra, Ermelinda Viera
Portugal, 1926 - 100 min / mudo | M/12
com acompanhamento ao piano por Daniel Schvetz

Nascido no Funchal em 1885, Manuel Luis Vieira (que viria a realizar inúmeros documentários e foi um dos importantes diretores de fotografia na ficção portuguesa das décadas de trinta e quarenta), fundou nessa cidade a Empresa Cinegráfica Atlântida, que constituiu uma aventura pessoal levada a cabo à margem das principais estruturas de produção portuguesas da época e onde começou por converter em estúdio de cinema o seu anterior estúdio de fotografia. A CALÚNIA foi o primeiro filme produzido nesse contexto, todo ele nascido da vontade de juntar as capacidades fotográficas de Vieira ao potencial paisagístico da ilha. Novo restauro, em que os troços tintados são reproduzidos com as cores originais (processo “Desmet”).

12/05/2016, 18h30 | Sala Luís de Pina
História Permanente do Cinema Português
Pássaros de Asas Cortadas
de Artur Ramos
com Lúcia Amram, Paulo Renato, Ruy de Carvalho, Leónia Mendes, Gérard Castello Lopes
Portugal, 1963 - 91 min | M/12

Realizado e estreado pouco antes de OS VERDES ANOS de Paulo Rocha (o filme de Artur Ramos chegou às salas em maio de 1963 e o filme de Rocha estrear-se-ia em novembro), PÁSSAROS DE ASAS CORTADAS é, à semelhança do que se pode dizer do DOM ROBERTO de Ernesto de Sousa, uma das obras prenunciadoras do Cinema Novo Português – uma obra de transição, procurando novas intenções e um novo tom, feita por uma equipa mista em que colaboraram alguns técnicos da fase anterior. Talvez precisamente devido a esse carácter transitório, trata-se também de um filme muito mais esquecido, e, por arrasto, visto desde a época em cópias de menor qualidade. Na Cinemateca, onde passou apesar de tudo com alguma regularidade, foi de facto visto, até hoje, em cópias que considerámos insuficientes, tendo isso levado a um novo trabalho laboratorial. É então o resultado desse trabalho que agora se apresenta, dando continuidade ao objetivo principal da rubrica, que é o resgate do esquecimento e a revisitação de todas as áreas e épocas do cinema feito entre nós.