A partir de 26 de fevereiro e até ao final deste mês, o cinema de Carlos Vilardebó será objeto de uma retrospetiva, que irá exibir um número considerável de curtas-metragens que realizou, assim como a sua única longa-metragem, AS ILHAS ENCANTADAS, que conta com uma das mais marcantes presenças de Amália Rodrigues no cinema. 

Da extensíssima filmografia de Carlos Vilardebó, pouco conhecida pelo público da Cinemateca (à parte de AS ILHAS ENCANTADAS, todos os filmes a exibir serão inéditos – e até mesmo esta longa-metragem será exibida na sua versão francesa, também inédita nestas salas), destacam-se as curtas-metragens “de arte” que o levaram à consagração com uma Palma de Ouro em Cannes, em 1960, com LA PETITE CULIÈRE, ou a uma Menção Especial, no mesmo festival, com UNE STATUETTE em 1971.

A sua incursão em Portugal (país em que não vivia, e cuja língua mal dominava) na vaga do Cinema Novo, dá-se com um convite de António da Cunha Telles na década de 60, estreando o filme ainda antes das primeiras longas de Manuel Faria de Almeida e António de Macedo. Nesse sentido, Carlos Vilardebó, O Intruso do Cinema Novo quer dar a ver o lugar estranhamente excecional deste realizador no panorama do cinema português.