10/03/2025, 22h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim de 2024, este filme da cineasta francesa de ascendência senegalesa Mati Diop, sobrinha do grande realizador senegalês Djibril Diop Mambéty, olha para a situação dos povos marginalizados e dos países periféricos para, de maneira mais assertiva do que nos seus títulos anteriores, questionar os séculos de abusos e pilhagens levados a cabo pelas forças colonizadoras no continente africano. Aqui, são os tesouros do antigo Reino do Daomé, atual Benim, regressados a casa após uma longa viagem iniciada em Paris, que motivam e mobilizam a convocatória de vários rostos e de várias vozes que não enjeitam o confronto histórico. Um filme ensaístico, feito por “obrigação moral”, confidenciou a realizadora, e de “reparação” anticolonialista, que, nas palavras da investigadora Erika Balsom, “mantém unido o desacordo, a incerteza e a esperança de uma forma que, de alguma maneira, consegue ser, ao mesmo tempo, implacavelmente económica e cheia de espaço para respirar”.
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