14/05/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado: Guiné-Bissau
O Regresso de Amílcar Cabral | Reconstrução, Educação
duração total da projeção: 58 min | M/12
Sessão com apresentação
O REGRESSO DE AMÍLCAR CABRAL
de Djalma Fettermann, Flora Gomes, José Bolama, Josefina Crato, Sana na N’Had
Guiné-Bissau, 1976 – 33 min
RECONSTRUÇÃO, EDUCAÇÃO
de Serge Michel, Florentino Flora Gomes, Sana na N’Hada, José Bolama, Josefina Crato
Guiné-Bissau, 1977 – 25 min
Dois dos primeiros filmes coletivos dos realizadores guineenses formados em Cuba. Primeiro filme terminado após a libertação do colonialismo, O REGRESSO DE AMÍLCAR CABRAL documenta a transferência dos restos mortais de Amílcar Cabral de Conacri (onde foi assassinado em janeiro de 1973) para Bissau em 1976. Imagens das cerimónias fúnebres oficiais são alternadas com outras, de arquivo, de Cabral durante a luta de libertação. A emoção é potenciada pela banda sonora, que inclui o tema Bu morri cedo, de Tony Lima, engajado nas lutas do PAIGC, que compôs a canção três dias após a notícia da morte de Cabral. Filme recentemente descoberto no Archivio Audiovisivo Del Movimento Operaio e Democratico, RECONSTRUÇÃO, EDUCAÇÃO documenta o encontro, em Bissau, dos ministros da Educação das ex-colónias portuguesas para, com o conselho do educador e filósofo brasileiro Paulo Freire presente, pensar na formação a implementar observando os princípios da “Pedagogia do Oprimido”. Primeira apresentação na Cinemateca.
15/05/2024, 18h30 | Sala Luís de Pina
Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado: Guiné-Bissau
Labanta Negro! | Madina Boe | No Pintcha
duração total da projeção: 120 min
legendados eletronicamente em português l M/12
LABANTA NEGRO!
de Piero Nelli
Itália, 1966 – 40 min
MADINA BOE
de José Massip
Cuba, 1969 – 30 min
NO PINTCHA
de Sergio Spina
Guiné-Bissau, Itália, 1979 – 50 min
Um ano após o início da guerra de libertação, em aneiro de 1963, Amílcar Cabral aceitou a oferta de Mario Marret para dar a conhecer a luta anticolonial encetada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). A LALA QUEMA (1964) e NOSSA TERRA (1965), de Marret, e também com a sua colaboração, seguiu-se a filmagem de LABANTA NEGRO!, por Piero Nelli. Mostrando a organização do quotidiano nas zonas libertadas, e o início da criação das estruturas sociais do futuro país, foi premiado no Festival de Veneza. Dois anos depois, o Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematograficos enviou José Massip filmar a organização e luta do PAIGC sendo que a obra resultante documenta o ataque ao exército português em Madina, no Boé. Já com produção do Instituto Nacional do Cinema da Guiné, o filme de Sergio Spina foi realizado durante o 3º Congresso da Independência, para a Unidade e o Desenvolvimento. Faz uma retrospetiva da construção da Guiné-Bissau desde a morte de Amílcar Cabral e o legado de quinhentos anos de colonialismo em termos de falta de infraestruturas e serviços básicos. Particulariza a situação dos agricultores, ilustra o programa de desenvolvimento económico além de dar enfoque à educação e formação dos camponeses e quadros necessários ao país. LABANTA NEGRO! e NO PINTCHA são primeiras apresentações na Cinemateca.
16/05/2024, 22h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado: Guiné-Bissau
En Nations Födelse
“O Nascimento de Uma Nação”
de Lennart Malmer, Ingela Romare
Suécia, 1973 - 48 min
legendado eletronicamente em português l M/12
Quando, em 1969, Olof Palme se tornou primeiro-ministro da Suécia, iniciou o apoio a organizações anticoloniais, inspirando Lennart Malmer e Ingela Romare a filmar as lutas independentistas em Moçambique e na Guiné-Bissau. A dupla desenvolveu um estilo de filme político com menos enfoque nos combates e mais atenção ao retrato dos guerrilheiros como poetas e pensadores. No seu registo do “nascimento da nação” guineense são marcantes as sequências do ataque ao exército português, além das imagens do congresso de proclamação da independência do país, em 1973. Muitas das imagens captadas migraram para outras obras e fazem parte do imaginário da libertação da Guiné-Bissau – veem-se, por exemplo, em filmes de António Escudeiro (GUINÉ-BISSAU – INDEPENDÊNCIA) e Fernando Matos Silva (ACTO DOS FEITOS DA GUINÉ) o que, segundo o último, foi possível por Malmer lhe ter cedido uma cópia de EN NATIONS FÖDELSE. Primeira apresentação na Cinemateca.
17/05/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado: Guiné-Bissau
Udju Azul di Yonta
Os Olhos Azuis de Yonta
de Flora Gomes
com Maysa Marta, Pedro Dias, António Simão Mendes
Guiné-Bissau, 1992 - 96 min
legendado em português | M/12
OS OLHOS AZUIS DE YONTA, segunda longa-metragem de Flora Gomes, é uma delicada e comovente comédia de amores cruzados. A jovem e bela Yonta está apaixonada por Vicente, um veterano da guerra de independência, que não sabe que ela gosta dele. Enquanto isso, um rapaz está apaixonado por Yonta e manda-lhe cartas com o auxílio de um manual epistolar, o que o leva a falar na neve, que nunca viu, e nos olhos azuis da rapariga africana… “O filme tem algo de Renoir na timidez acertada dos atores e algo de Blake Edwards no ‘gag’ de uma festa de casamento, na qual os ‘buffets’ se põem em movimento sozinhos, entre os convidados”, observou Christian Viviani na Positif. Um dos clássicos do cinema africano.
18/05/2024, 17h30 | Sala Luís de Pina
Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado: Guiné-Bissau
Mesa-Redonda “Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado: Guiné-Bissau”
Entrada livre mediante levantamento de bilhete 30 minutos antes da mesa-redonda
Com a participação de dois realizadores guineenses de diferentes gerações (Sana Na N’Hada e Falcão Nhaga), a conversa percorrerá a história desta cinematografia desde a independência até ao presente. Moderação por Maria do Carmo Piçarra.